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HISTÓRIAA FUNDAÇÃOEm 1895, a Figueira da Foz era uma cidadezinha de 5000 habitantes. O Bairro Novo, o Viso, a Lapa, o Pinhal, eram verdadeiramente arrabaldes. Mas a antiga vila (1) era um porto de mar e era já testa de uma linha de caminho de ferro internacional. Bem junta ao rio, acotevelava os cais e vivia do comércio, ou da labuta do mar. A sua gente moldara um carácter forte, independente, aberto às influências salutares do estrangeiro. A Figueira conhecia a sua época áurea. Os grandes melhoramentos datam de então. Uma burguesia activa, empreendedora, levou a todos os campos um dinamismo de ideias rasgadas. Aqueles figueirenses eram gente do seu tempo. Naturalmente, interessaram-se pela renascença desportiva, provocada na Grã-Bretanha, em 1808, pela criação do desporto universitário como meio educativo da mocidade inglesa. Com este país mantinha a Figueira relações comerciais, e desde velhos tempos nomes ingleses estavam ligados à vida do burgo da foz do Mondego. Nesse ano de 1895, quando se fundou o Club Gymnastico Velocipédico Figueirense – a designação inicial do Ginásio Clube Figueirense, já havia uma tradição desportiva na pequena cidade. A Associação Naval Figueirense organizara regatas muito antes de 1876 (2), pois na Correspondência da Figueira, de 20 de Junho desse ano, se diz que “houve em tempos esta agradável diversão” promovida por aquele clube. Num programa de regatas disputadas em 1883, lá vemos nomes ingleses – Laidley, James Kauk, John Cook Carrington. Em 1889, instalou-se nos baixos da Assembleia Figueirense o Club Gymnastico, o primeiro do nome; um ano depois, era esta colectividade dirigida, entre outros, por José Zuzarte dos Santos e José Augusto Evangelista, mais tarde elementos preponderantes do Club Gymnastico Velocipédico. Não se deverão procurar as origens do Ginásio na agremiação instalada no edifício da Assembleia? Em 1893, nascera a Associação Naval 1º de Maio. Pouco depois, nas festas do S. João, realizou-se um festival ciclista, para que se inscreveram Joaquim Alves Fernandes Águas e José de Araújo Coutinho. Tal foi o entusiasmo e o brilhantismo da corrida, que provocaram a ideia da criação dum novo clube, do Club Gymnastico Velocipédico Figueirense. Um grupo de desportistas reunia-se no Café Atlântico, e não deixava arrefecer o entusiasmo pela ideia. O ciclismo era então o desporto em voga. Contribuía para isso não só a novidade da bicicleta, também a ressonância das provas disputadas em Lisboa e dos resultados apreciáveis alcançados em Espanha por Benedito Ferreirinha, Eduardo Minchin e José de Orey, em luta com os melhores especialistas daquele país.
Comissão Organizadora, acompanhada de alguns velocipedistas Não tardou organizar-se uma comissão instaladora do Clube, constituída por Pedro Ferreira, um dos organizadores daquela prova, José Zuzarte dos Santos, José Carlos da Costa Pinto, José Camolino de Sousa e Manuel Fernandes Tomás. Embora o clube estivesse em organização, logo em Junho de 1894, a pedido do provedor, efectuou um festival a favor da Misericórdia, festival que se repetiu durante a época balnear. Em 16-Setembro-1894 disputaram-se animadíssimas provas de ciclismo, cujo saldo de 6$400 reverteu a favor do Velocipédico. Calculou-se a assistência em 10.000 pessoas. A meta foi na Rua de Fernando Tomás. José Bento, então um rapaz de 20 anos, ganhou as duas provas em que tomou parte; numa bateu Eduardo Minchin, José de Orey e Manuel Ferreira, ganhando medalha de ouro. Esta vitória de José Bento Pessoa coloca-o no primeiro plano do desporto português, posição em que se firma para sempre. Em 21 de Outubro de 1894 – espectáculo no Teatro Príncipe. Houve Teatro e números de ginástica, em que se exibiram Lourenço de Salusse, Júlio Pestana, Constantino Pessoa, Francisco Viana e Albano Custódio. Rendeu o sarau 93$000 líquidos. Alguns destes ginasistas haviam sido fundadores da Associação Naval 1º de Maio. E em 15-XI alguns sócios do novo clube realizaram um passeio velocipédico. Partiram da Praça Nova às 7 e vinte da noite, e fizeram a volta Figueira – Estrada de Mira – Tavarede – Buarcos – Figueira. Os concorrentes foram Lourenço de Salusse (director da prova), Albano Custódio, José Bento Pessoa, Manuel Simões Barreto, Constantino Pessoa, Galves Júnior, António da Silva Monteiro e Duarte Júnior.
Finalmente, em 1 de Janeiro de 1895, é a inauguração oficial do Club Gymnastico Velocipedico Figueirense. Nessa data foi participada aos sócios a instalação do Clube no nº35 da Rua Tenente Valadim, a actual Rua dos Combatentes.
Eram também convidados a comparecer no dia 10, pelas 7 horas da tarde, para eleição dos corpos gerentes, que deu o seguinte resultado: Assembleia Geral – Presidente, Henrique Raimundo de Barros; 1º secretário, Manuel Gaspar de Lemos; 2º, José dos Santos Lima. Direcção – Presidente, Pedro Augusto Ferreira; vice-presidente, Jorge Laidley; secretário, José Camolino de Sousa; tesoureiro, José Carlos da Silva Pinto; vogais, José Augusto Evangelista, Joaquim Alves Fernandes Águas e Manuel Fernandes Tomás; guia velocipédico, José Bento Pessoa; sub-guia velocipédico, Albano Custódio. Entra-se logo em actividade bem orientada. Em 25 de Abril, alguns sócios criam a secção de futebol, de que, todavia, só se volta a falar mais tarde.
Iniciam-se classes de ginástica para adultos e crianças, regidas respectivamente por Manuel Guerra e Pedro Ferreira, e em 5 de Maio realiza-se um sarau, a que assistiram o Governador Civil, o Administrador do concelho e um representante do Ciclo Clube de Coimbra. Pela primeira vez foi tocado o hino do clube, da autoria de Luiz Penteado, pianista lisboeta. Durante a tarde, as filarmónicas Figueirense e 10 de Agosto haviam-se feito ouvir nas salas do Velocipédico. Nesse sarau tomaram parte: Henrique Raimundo de Barros e Pedro Ferreira, num assalto de sabre; José Augusto Evangelista, Constantino Pessoa, Manuel Fernandes Tomás, Augusto Duarte Coelho, Pedro Collet-Meygret, José Costa Guia, Júlio Pestana e Francisco Ferreira, em barra e argolas; os mesmos, menos Collet-Meygret, em paralelas; Fernandes Tomás, Pessoa, Pestana e Ferreira, em trampolim; e os meninos Fialho, Torres, Bilton e Albano, em trapézio. 2 de Janeiro de 1896: 1º aniversário do Clube, com novo sarau, a que deram concurso três desportistas do Ginásio de Coimbra, que se apresentaram brilhantemente em exercícios de barra fixa. Um deles era o quartanista de medicina Vítor José de Deus. A vitalidade do Clube manifesta-se por diversas formas: funcionam classes de esgrima e de ginástica, infantil e para adultos; associando-se às festas de regozijo pelas campanhas de África; dedica uma récita aos oficiais das baterias de Artilharia 3, que então – 1896 – vieram para a Figueira; acolhe fidalgamente o Real Ginásio Clube Português, que viera dar um sarau ao Teatro Circo Saraiva de Carvalho (o Peninsular dos nossos dias); faz uma recepção entusiasta à Tuna Académica, de Coimbra; sacode a pasmaceira do burgo com festejos carnavalescos – cavalgada e mascarada; por duas vezes, passeio fluvial ao pinhal de Lares; organiza saraus e espectáculos. Mas a grande tarefa que assoberbava os dirigentes e a todos preocupava, era instalar o Clube de harmonia com o desenvolvimento que atingira. J. Sousa Cardoso – Ginásio Clube Figueirense – Subsídios para a sua História – 1944 (1) A Figueira da Foz foi elevada a cidade em 1882 (2) 1866, de acordo com o referido no historial da Assembleia Figueirense, que durante
Em 1895
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